É um modo de pensar.

Não é ciência, apesar de pensar e pintar a ciência.

Filosofia é amizade com o saber. Sabedoria.

Inclui saber e sabor. Casam-se pensar e agir. Matrimônio no devir!

Nenhuma categoria filosófica é isolada. Estão

inter-retro-relacionadas. Imbricadas. Ou numa

sinergia só, para fazer uso do universo linguístico da cultura italiana. Mas ainda assim, cheia de mistérios. Filosofia é comunhão entre saber, sabor e ação.

Filosofar é pensar pensamentos novos considerando os velhos. É dar passos em direção ao que podemos chamar de Verdade. Ela pode ser parcial. Mas nosso desejo é de unidade, de Verdade Absoluta. Só desejo. Infinito e irrealizável, diríamos. Mas, sendo desejo e busca da verdade, a filosofia também é um esforço racional. Com o reto uso da razão, o ser humano medita, reflete, pensa. Seus pensamentos voltam-se para a realidade – material e abstrata. A filosofia é dialética. Considera as idas e vindas, o duplo diálogo entre o que há de aparente e o que há de essencial. É uma ponte que liga essencia e aparência; absoluto e relativo. Na ponte, têm-se procedimentos. Filosofia é um modo de ser e proceder. É ética. Ao mesmo tempo em que conceitua, se pergunta sobre os conceitos; ao descrever objetos, indaga sobre os sentidos possíveis dos objetos; quando age em determinada situação, de modo filosófico, questiona-se sempre o agir. Resta, pois, a aparência que enfeia a essência. A beleza. Filosofar é pensar pensamentos belos; agir com cuidado e respeito a tudo quando existe; descrever e se questionar. Sempre. Eis, algumas pitadas do que seja ou do que pode ser filosofia. Definição mais interessante e antiga: amizade pela sabedoria. Ela a tudo empreende e compreende. É busca. Sabedoria da verdade, que pressupõe conhecimento e prática. Linguagem e amor. Delicadezas do fazer e do ser dos que se pretendem filósofos.