Fatos
Renúncias e denúncias se misturam.
Comentários diversos.
Justos ou perversos.
Ainda tem quem não fale.
Se cale!
Tudo se pode pensar, embora nem tudo deva ser dito. Há também a possibilidade de pensar o não-dito. O que foi calado. Quando um papa renuncia, todos procuram um por que? Desejam descobrir as reais razões da interrupção do mandato. Querem investigar e desvendar para estabelecer análises conjunturais. Cada meio constrói suas análises à sua imagem e semelhança.
Os não-ditos
Questões fundamentais não são ditas. Desvelo-as: por que haver papa? A unidade depende mesmo de uma pessoa? Será possível pensar um mandato previsto de tempo para o governo pontifício? É tão escandaloso assim, em tempos de mudanças constantes, um papa renunciar?
Poucos meios midiáticos circularam nesse mar de questões. É mais rentável os sensacionalismos e as bobagens que dizem a respeito da pessoa, da privacidade de um papa, dos apretechos eclesiais como a fumaça brança, os sapatos pontifícios e sua opinião pedofilal... Não se vende reflexão, exceto o pouco público que se interessa por tal heresia.
Perfil
Papa, na verdade, passa! São seres transitórios, ao contrário da Igreja que há dois mil anos vem postulando um mandato na eternidade. Nomes especulativos transitam em todos os tempos. Convém é pensar que a necessidade real da existência de um papa reside no seu papel ou no seu caráter simbólico: é o representante oficial da Igreja de Deus no mundo. Um arquétipo da fé, esperança e caridade. Por que haver papa? Para que o mundo saiba que existe alguém que anima um povo, um Corpo Místico, que crer na primazia de um Deus amoroso, tem esperança de vida e dias melhores, além de viver o amor intensamente.
Desdobramentos
A unidade depende da existência do papa não pela pessoa dele, mas por sua função espiritual. Unidade mesmo acontece no interior dos corações, na união espiritual com a qual todos permanecemos fieis não somente à Igreja coordenada pelo pontífice, mas a Jesus Cristo, o messias e Senhor. É a profissão real e verdadeira do credo que garante a unidade da Igreja.
Os mandatos temporários são sempre possíveis, mas não impedem a possibilidade de renúncias. O peso duma função tão espiritual e existencial requer pessoas preparadas, capacitadas física, psíquica e humanamente. Todos podemos renunciar porque todos somos seres de liberdade e consciência. Não por acaso a renúncia de Bento XVI foi antecedida por uma consulta a Deus e à sua consciência. Daí a decisão livre e acertada. Além disso, ele exerceu um direito previsto na legislação da Igreja.
O essencial
Sem papa, com expectativas e muitas orações, seguimos assistidos pelo Espírito que é maior e mais eficiente que qualquer papa. Isso porque o pontífice, como bispo e líder, é servo do Espírito. Testemunha sua presença aquecedora nesse mundo frio e carente do calor divino. Esse Espírito é ruah, sopro de vida. É dom. Graça amorosa que renova a face da terra.
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sivalsoares.com fevereiro 2013
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