A escuridão, as dores, os medos, as inseguranças da vida... precisam da Luz que reflete esperança. Que faz os corações arderem de alegria. Luz que deseja brilhar. E Hoje brilha. A Luz do Senhor espalha raios solares nessa noite fria que precisa ser aquecida pelo calor da nossa carne. O Senhor aumenta nossa felicidade (cf. Is 9,2), invade nossos corações e penetra a alma dos que creem desejando renascer. Encarnar. Acabou o julgo, o medo, as trevas: a criança, divina infante, germina no universo qual planta suave. Tudo será devorado em chamas (cf. Is 2,4): preocupações, consumismo, falsos deuses, preocupações, as compras exageradas nos fins de ano. A criança alegra. Rir e chora. Encanta e implora cuidados. Seu reino é de justiça e santidade. O amor há de presentar o universo divino fruto: um Deus-menino. Rei no amor. Simples na vida e para a vida.
Jesus: seu nome. É a graça mesmo presente. Ensinando cada pessoa a ser mais equilibrada, justa e piedosa (cf. Tt 2,12). É o grande-pequeno Deus que tem por missão salvar a humanidade. Salvar do desequilíbrio, da morte, dos erros. Salvar para instaurar a liberdade. Para fazer com que, em sua oferta existencial, toda pessoa possa praticar o bem (cf. Tt 2,14). Porque o Bem salva. É presente. É natal. É nascido. O bem é Deus. Nasceu-nos um menino: o bem da divindade no altar da humanidade – oferecido.
Não tendo lugar na morada de pedra, nas hospedarias sociais, nos hotéis de luxo, nos réveillons de cidades ilustres, a terra abriu suas portas. Escancarou-se em espaços para geminar a vida. Nasce na manjedoura. Envolto às águas do parto, às gramas da estribaria, à terra sem mancha e redimida. Louvado não por reis, mas por humildes pastores. Cuidadores de ovelhas. Medrosos diante do anjo e cantores diante de Deus. Entoam os frutos duma alegria – a canção de ninar de Deus: glória. Paz. Amor. Gloria ao Criador que se encarna. Paz aos homens ainda em guerra. Amor para os desamparados, os que não se sentem incluídos, os moradores de ruas, as mulheres nuas nas equinas da prostituição, ou aqueles abandonados no leito da solidão. As crianças órfãs entoam seu cântico de sofrimento. Os construtores da paz gritam na escuridão das guerras: paz, paz. O amor das mães sem maridos, das avós que criam suas crianças netas-bisnetas, dos pais que estão desempregados, esse amor, clama: gloria a Deus. Só ele salva. Porque o resto parece estar perdido – a política partidária, os postos policiais, os leitos mórbidos dos hospitais sem atendimento, as instituições corruptas públicas e privadas, as estrelas e os tucanos, todos desalentos faltosos!
Só nascendo um Deus forte no amor para reconstruir o jardim, para fazer emergir da terra os frutos jubilosos, ou a exultação das florestas (cf. Sl 95,11-12), afim de renovar a esperança... Assim, não solitários, mas guaditários, filhos do advento, a humanidade anseia. Aguarda a parição da criança. Da salvadora. Daquela esperança que persiste, que insiste e que não permite que o fraco se afogue em sua impotência. A criança que desperta o senso de sonhar. De amar. De lutar. De celebrar. Celebrar um natal do amor, da partilha e da encarnação. Um natal de redenção. Digno de um povo-nação que não se deixa levar pela ilusão dos falsos e pomposos natais comerciais.
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sivalsoares.com dezembro 2014
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