Um novo tempo: esperança, fé e amor.

Fitos os olhos no horizonte: tempo novo, brilhoso, aproxima-se. Um natal nasce a cada nascimento. O menino Deus, neste momento, ressurge. Os reis dão-lhes presentes. Mas há sempre quem deseja matar a vida. Ela é brilhosa demais para conviver na noite. O medo e a coragem entrelaçam-se. Nasce aquilo que chamamos de espírito natalino. Na verdade, é um estado de graça.

O tempo, essa tardança do que se espera, tem esse estranho poder de tudo renovar: as esperanças, os gestos, os significados... Mas é a fé quem dá ao tempo o tempero necessário para renovação. Sem fé a esperança seria muda. A crença é a linguagem dos que esperam. Um instrumento necessário para ter acesso ao inacessível. O que deseja nossa esperança? Repousar na tranquilidade, na paz, na solidariedade. Coincidentemente esses são os breves e profundos sentimentos deste espírito natalino: um mundo de paz, de pessoas solidárias. O menino Deus é a personificação histórica (a teologia chama de encarnação) desses desejos profundos que habitam a alma humana. Jesus nasce. E com ele, aliás com a fé nele, nossa esperança se renova no tempo. Para que? Para AMAR.

O amor é a mola da existência. Só ele nos salva. Não por acaso são João, no auge de sua carta (cap. 3), nomeia esse amor: Deus, aquele que ressuscitou Jesus. E quem diz que ama a Deus e não ama o irmão é mentiroso. Por isso, ser presente e dar presente no natal, no fundo, são formas de exprimir o amor. Não no sentido de presentear mercadologicamente, mas.... ser e dar os presentes do carinho, da amizade, do afeto, da refeição juntos...

Eis o espírito, o sentido e o valor do natal no tempo. Este: o da graça! O Kairós nosso de cada dia onde tecemos nossa (des)existência, nossa boa, breve e leve vida.

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sivalsoares.com   dezembro 2013